Estudo 006 - O que Muitos Não Sabem: Origem Israelita de Brasileiros

A Península Ibérica (Portugal e Espanha) foram o berço de milhares de imigrantes para o Brasil, durante a Inquisição (perseguição Católica aos judeus) se pretendia que eles abandonassem sua cultura e religião. De maneira que a assimilação deles na cultura brasileira foi imposta pela Inquisição, pela ameaça de ser deportado ou morto.

Nossos estudos demonstram que muitos brasileiros não sabem de suas origens israelitas e sefarditas, e é de nossa responsabilidade criar um despertar espiritual ao reconhecer que são descendentes do Povo de Elohim.

Após o batismo forçado pela Inquisição de Portugal (e Espanha), esses israelitas ficaram conhecidos como “cristãos-novos”, para diferenciá-los dos “cristãos-velhos”. Muitos continuaram a praticar a sua religião secretamente e, por isso, eram constantemente vigiados e denunciados ao “Santo Ofício” como judaizantes; estes tinham todos os seus bens confiscados, além de viverem humilhados e confinados naquele país, isso quando não eram torturados e queimados vivos nas fogueiras.

O descobrimento do Brasil em 1500 foi uma porta que se abriu para esse povo perseguido. Milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil na época da colonização já em 1503 (GUIMARÃES, 1999). Mais tarde, com a atuação do Tribunal do Santo Ofício na Bahia em 1591/93, e em Pernambuco em 1593/95 e novamente na Bahia em 1618, os judeus que, a princípio, se encontravam nessas duas capitanias, dispersaram-se por todo o Brasil, principalmente para o Sul e Sudeste (LOURENÇO, 1995). Com a descoberta do ouro nas capitanias de Minas em fins do século XVII, ocorre um movimento em direção ao território mineiro. Segundo a historiadora FERNANDES (2000), a maioria era formada por cristãos-novos que se estabeleceram na região, em atividades econômicas e no comércio.

Acabando a “febre do ouro” em Minas Gerais, muitos destes israelitas (de Origem Sefardita) se espalham pelo Brasil todo em busca de novos rumos.

Podemos seguir o rastro deles por causa da forma como eles, para evitar a perseguição,  “camuflaram” seus nomes e sobrenomes dando origem a famílias que hoje são israelitas e não sabem, são Sefarditas e não sabem, são do Povo de Elohim e não sabem.

Para maiores pesquisas recomendamos ao leitor iniciar consultando a lista de obras citadas na Bibliografia, ou pedir maiores informações para:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AGUINIS, Marcos. A saga do marrano. São Paulo: Scritta, 1996. 486 p.

2. FERNANDES, Neusa. A Inquisição em Minas Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2000. 204 p.
3. GUIMARÃES, Marcelo Miranda. Você sabia que muitos brasileiros são descendentes de judeus? Revista de estudos judaicos. Belo Horizonte: v.2, n.2, p.42-47, dez.1999.
4. LEAL, Waldemar Rodrigues de Oliveira. Os judeus em Minas Gerais: “cristãos-novos”. Belo Horizonte: Luciana Leal Ambrosio, 2000. 36 p.
5. LOURENÇO, Elias José. Judeus: os povoadores do Brasil Colônia. Brasília: ASEFE, 1995. 88 p.
6. MEGRICH, José. Quinto centenário do descobrimento do Brasil e dos primeiros judeus refugiados. Menorah. Rio de Janeiro, v.38, n.480, p.21, maio/junho 1999.
7. MENDA, Nelson, KUPERMAN, Jane. Programa Jô Soares: entrevistas. Direção Globo. Filme VHS, 2000, 22min., color. (Fita de vídeo, gravação particular da TV).
8. MINAS Gerais: berço da riqueza do Brasil. São Paulo: Três, 1994. 99 p.
9. MINAS Gerais: mapa econômico. In: A Inquisição em Minas Gerais no século XVIII. Neusa Fernandes. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2000, p. 91.
10. MIZRAHI, Rachel. Os 500 anos da presença judaica no Brasil. Revista de estudos judaicos. Belo Horizonte, v.2, n.2, p. 59-65, dez. 1999.
11. SALVADOR, José Gonçalves. Cristãos-novos, jesuítas e Inquisição. São Paulo: Pioneira, 1969. 222 p.
12 .________. Os cristãos-novos em Minas Gerais durante o ciclo do ouro (1695-1755): relações com a Inglaterra. São Paulo: Pioneira de Estudos Brasileiros, 1992. 197 p.
13. ________. Os cristãos-novos: povoamento e conquista do solo brasileiro, 1530-1680. São Paulo: Pioneira, 1976. 406 p.
BIBLIOGRAFIA
1. FALBEL, Nachman. Estudos sobre a comunidade judaica no Brasil. São Paulo: Federação Israelita do Estado de São Paulo, 1984. 197 p.
2. SARAIVA, Antonio José. Inquisição e cristãos-novos. 4 ed. Porto: Nova Limitada, 1969. (Coleção Civilização Portuguesa – v. 2) 317 p.
3. WIZNITZER, Arnold. Os judeus no Brasil colonial. São Paulo: Pioneira, 1966. 217 p.
4. WOLFF, Egon e Frida. Judeus nos primórdios do Brasil-república. Rio de Janeiro: Biblioteca Israelita H.N. Bialik / Bloch, 1982. 384 p.
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[1] Sefarad – quer dizer “Península Ibérica” em hebraico.

[2] MENDA, Nelson, KUPERMAN, Jane. Casal de origem sefardita que pesquisa a influência da cultura judaica sefardita na vida dos brasileiros, entrevistado pelo Programa Jô Soares, nov.2000.